domingo, 27 de setembro de 2009

Do bom e do melhor

Estamos obcecados com "o melhor". Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".


Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.


Bom não basta.


O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".


Isso até que outro "melhor" apareça - e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer. Novas marcas surgem a todo instante.


Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.


O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.


Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.


Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.


Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis. Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente. Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?


Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa? E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?


O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"?


Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro? O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?


Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.


A casa que é pequena, mas nos acolhe.


O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria. A TV que está velha, mas nunca deu defeito.


O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".


As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo.


O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.


O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.


Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso? Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?


 
 
 
Leila Ferreira é uma jornalista mineira com mestrado em Letras e doutorado em Comunicação que, apesar de doutorada em Londres, optou por viver uma vidinha mais simples em Belo Horizontee..












sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Despedida do Padre

Despedida do Padre




O Padre no jantar de despedida pelos 25 anos de trabalho ininterrupto à frente de uma paróquia discursa:

- A primeira impressão que tive da paróquia, foi com a primeira confissão que ouvi.

A pessoa confessou ter roubado um aparelho de TV, dinheiro dos seus pais, a empresa onde trabalhava, além de ter aventuras amorosas com a esposa do chefe. Também se dedicava ao tráfico de drogas e havia transmitido uma doença venérea à própria irmã.

Fiquei assustadíssimo. Com o passar do tempo, entretanto, conheci uma paróquia cheia de gente respons ável, com valores, comprometida com sua fé, e desta maneira tenho vivido os 25 anos mais maravilhosos do meu sacerdócio.

Chega o prefeito para entregar o presente da comunidade, prestando a homenagem ao padre.

Ele pede desculpas pelo atraso e começa o discurso:

- Nunca vou esquecer do dia em que o padre chegou à nossa paróquia.
- Como poderia? Tive a honra de ser o primeiro a me confessar.
Silêncio total....

Moral da história: Nunca se atrase!

domingo, 13 de setembro de 2009

E tudo mudou...

O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita ?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
... De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças
Luis Fernando Veríssimo

sábado, 12 de setembro de 2009

Recife, em pleno setembro com um clima bem ameno!
Mais uma de Martha Medeiros:
"Um generoso sorriso, dentes bem cuidados, cabelos limpos, segurança, satisfação consigo próprio, inteligência e bom humor: é isso que torna um homem ou uma mulher bonitos."
[Martha Medeiros]

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito deChoros
sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante

JáTive
noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tenta
pensei em fugir, para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo

Martha Medeiros

Sorrisos


Sorrisos


Sorrir é a minha essência...

Estou sempre sorrindo

Não importa o tempo

Não importa a situação

Sorrir é o que me acalma.

Claro que há momentos em que os sorrisos devem ser guardados,

Mas é apenas nesses momentos que eu os guardo.

Sorrir foi o descobrimento de um mundo novo para mim

E depois que o descobri

Não parei mais de sorrir.

Foi sorrindo que Deus falou comigo

E sinto sua presença em cada sorriso que há em mim

E em cada sorriso que vejo e escuto.O sorriso é o meu termômetro principal.

É a minha bússola.

É quando sei que devo mudar de direção ou de posição.

Portanto, sorrir é fundamental!

Não tente entender todos os meus sorrisos...

Eu tenho vários sorrisos para cada situação.

Basta que você saiba

Que quando eu sorrio baixinho

E disfarço o meu olhar

É porque estou feliz de ao teu lado estar...


Atendendo um paciente hoje no consultório, ele me veio com a idéia de que a profissão da odontologia deve ter sido criada na época das torturas...

A odontologia evoluiu muito em poucos anos... Hoje os tratamentos são muito tranquilos, com várias possibilidades de relaxamentos e indolores. Mas, as pessoas ainda possuem o estigma da dor!

Muitos evitam a cadeira do dentista! Chegam a comentar que o pior tipo de "médico", o qual coloco aqui profissional da área de saúde, pra se frequentar!

Coloco aqui o meu pedido aos colegas, vamos fazer uma odontologia mais humanizada! Vamos nos livrar do estigma de terroristas e torturadores!

Inté!